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terça-feira, 22 de setembro de 2020

História Essencial de Portugal 1-6 - Prof. José Hermano Saraiva

 História Essencial de Portugal 1-6 - Prof. José Hermano Saraiva


Das origens à Revolução de 1245/48



História Essencial de Portugal 6-6 - Prof José Hermano Saraiva

 História Essencial de Portugal 6-6 - Prof José Hermano Saraiva


Do 5 de Outubro a 2002

(1910-2002)



História Essencial de Portugal 5-6 - Prof José Hermano Saraiva

 História Essencial de Portugal 5-6 - Prof José Hermano Saraiva


Da Regeneração à República

(1851-1910)



História Essencial de Portugal 4-6 - Prof José Hermano Saraiva

 História Essencial de Portugal 4-6 - Prof José Hermano Saraiva 


Iluminismo - Pombalismo

Revolução Liberal e Regeneração

(1540-1851)




História Essencial de Portugal 3-6 - Prof José Hermano Saraiva

 História Essencial de Portugal 3-6 - Prof José Hermano Saraiva


Da Expansão à Restauração

(1415-1640)



História Essencial de Portugal 2-6 - Prof. José Hermano Saraiva

 História Essencial de Portugal 2-6 - Prof. José Hermano Saraiva


De D. Dinis à conquista de Ceuta 

(1248-1415)



sábado, 4 de agosto de 2018

Livraria Lello - Porto

A Livraria Lello, também conhecida como Livraria Lello & Irmão ou Livraria Chardron, situa-se na Rua das Carmelitas, 144, no Centro Histórico da cidade do Porto.

Em virtude do seu ímpar valor histórico e artístico, a Lello tem sido reconhecida como uma das mais belas livrarias do mundo por diversas personalidades e entidades.
Concebido segundo o projecto do engenheiro Xavier Esteves, a Livraria Lello é um dos mais emblemáticos edifícios do neogótico portuense, destacando-se fortemente na paisagem urbana envolvente. 

Trata-se de um conjunto em que a arquitectura e os elementos decorativos deixam transparecer o estilo dominante no início de século XX
A fachada apresenta um arco abatido de grandes dimensões, com entrada central e duas montras laterais. Acima, três janelas rectangulares ladeadas por duas figuras pintadas por José Bielman, representando a "Arte" e a "Ciência". 
Uma platibanda rendilhada remata as janelas, terminando a fachada em três pilastras encimadas por coruchéus, com vãos de arcaria de gosto neogótico. A decoração é complementada por motivos vegetais, formas geométricas e a designação "Lello e Irmão", sob as janelas.

No interior, os arcos quebrados apoiam-se nos pilares em que, sob baldaquinos rendilhados, o escultor Romão Júnior esculpiu os bustos dos escritores Antero de Quental, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Teófilo Braga, Tomás Ribeiro e Guerra Junqueiro. 


Os tetos trabalhados, o grande vitral que ostenta o monograma e a divisa da livraria "Decus in Labore" e a escadaria de grandes dimensões de acesso ao primeiro piso são as marcas mais significativas da livraria.

As escadarias da Lello também são conhecidas por ser a inspiração da livraria onde Harry Potter conheceu Gilderoy Lockhart no livro "Harry Potter e a câmera dos segredos", já que J.K. Rowling chegou a morar na cidade do Porto. (já agora, para que se saiba, consta que também as vestimentas dos púpilos foi inspirada no nosso traje académico). 
Dica importante: 
Se estiver com um grupo de amigos e decidirem comprar os bilhetes online, comprem em separado! Isto porque se comprar vários bilhetes online ao mesmo tempo, apenas o valor de UM BILHETE é dedutível na aquisição de livros na Livraria Lello, ao passo que se os adquirir separadamente, cada pessoa terá direito a essa dedução de preço! 😉

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Santuário de Santa Luzia - Viana do Castelo

O Santuário de Santa Luzia está situada no alto do monte de Santa Lúzia, na cidade de Viana do Castelo, em Portugal. Das escadarias de acesso ao Santuário de Santa Luzia, podemos vislumbrar uma vista ímpar da região, numa imagem panorâmica que concilia o mar, o rio Lima com o seu vale, e todo o complexo montanhoso.
Esta imagem panorâmica foi considerada como uma das melhores do mundo segundo a revista “National Geographic”. 


As obras para a preparação dos terrenos e para execução do projecto inicial de Ventura Terra, iniciaram-se em 1903-1904 desenvolvendo-se animadamente, até à proclamação da República, em 1910, data a partir da qual as obras abrandaram, afrouxando ainda mais durante a I Grande Guerra Mundial. 

No ano de 1921, a anterior capelinha de Santa Luzia foi demolida e, em 22 de agosto de 1926, ficou concluída a capela-mor do monumento que, logo a partir dessa data, foi aberta ao culto, pelo Arcebispo Primaz, D. Manuel Vieira de Matos. 

Entretanto, desde 1925, as obras passaram a ser dirigidas pelo Arquiteto Miguel Nogueira, discípulo e conterrâneo de Ventura Terra que fora atingido pela cegueira, sendo que, a partir dessa altura, os trabalhos entraram em andamento mais acelerado. 
O Arquitecto Miguel Nogueira é também o autor dos desenhos dos altares e dos púlpitos. As obras continuaram tendo ficado concluídas apenas em 1953. 

A planta da basílica de Santa Luzia foi gizada em forma de cruz grega, tendo sido obviamente inspirada na basílica do Sacré Coeur, em Paris. Arquitetonicamente, esta ostenta marcas neo-românticas, góticas e neo-bizantinas, todas elas bem conjugadas num certo revivalismo. 

Na entrada do templo, existe uma estátua do Sagrado Coração de Jesus, da autoria de Aleixo Queirós Ribeiro, inaugurada em 1898. 
No interior do Santuário, no altar-mor, podem-se observar dois anjos, da autoria de Leopoldo de Almeida, que ladeiam uma réplica da estátua de bronze que se encontra na entrada, sendo neste caso esculpida em mármore de Vila Viçosa. 
Além dessas esculturas em bronze e em mármore, o Santuário de Santa Luzia abriga também mais duas imagens em madeira: uma do Sagrado Coração de Jesus, naturalmente vinda do convento dos Crúzios, o centro irradiador desta devoção, e a outra de Santa Luzia que, juntamente com a da Senhora da Abadia, vieram da capelinha que existia nesse local antes da construção do Templo.
                                           
Os magníficos vitrais das multicoloridas rosáceas foram executados pelo artista de renome Ricardo Leone, nas suas oficinas de Lisboa. 

Quanto aos frescos que rodeiam a ábside da capela-mor e a cúpula da mesma, representam, respectivamente, as estações da Via-Sacra e a Ascensão de Jesus, sendo estes da autoria do artista Manuel Pereira da Silva. O sacrário, em prata, foi cinzelado pelo mestre portuense Filinto Elísio de Almeida. 

Mais recentemente, foi colocado em realce um enorme e imponente bloco de granito, bem próximo do Santuário de Santa Luzia, onde se encontra inscrito o poema de Amadeu Torres com o tema “Santa Luzia”, publicado em 1999 no livro “Em Louvor de Viana e Outros Poemas”.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Capela dos Ossos - Évora

“Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”
A Capela dos Ossos foi edificada no século XVII por iniciativa de três frades franciscanos cujo objectivo era transmitir a mensagem da transitoriedade e fragilidade da vida humana. Esta mensagem é claramente passada aos visitantes logo à entrada, através do aviso: “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”. Mostra, no fundo, o macabro gosto do homem barroco pela necrofilia.

Esta capela foi construída no local onde inicialmente era o dormitório e sala de reflexão dos frades. É formada por três naves de cerca de 18,70m de comprimento e 11m de largura. A luz natural entra estrategicamente nestas naves apenas por três pequenas frestas do lado esquerdo. É um local bastante escuro! Seja corajoso…
As paredes da Capela dos Ossos e os oitos pilares que a constituem encontram-se revestidos com ossos e crânios humanos, cuidadosamente dispostos, ligados por cimento pardo. As abóbadas são de tijolo rebocado a branco e pintadas com motivos que simbolizam ou aludem à morte. Para além das ossadas, a Capela dos Ossos, está também decorada com estátuas de cariz religioso e uma pintura estilo renascentista e barroco.
As arcarias apresentam-se ornamentadas com filas de caveiras, cornijas e naves brancas. Calcula-se que sejam cerca de 5000 as caveiras humanas que ali se encontram, entre inúmeros ossos, provenientes das sepulturas da igreja do convento e de outras igrejas e cemitérios da cidade.
Capela dos Ossos Évora
No século XVI existiam perto de quarenta e dois cemitérios monásticos na cidade, os quais ocupavam demasiado espaço. Em jeito de solução, aqueles monges extraíram os ossos do chão e utilizaram-nos para construir e “decorar” esta capela.
A Capela dos Ossos é um monumento de arquitetura penitencial. Dedicada ao Senhor dos Passos, imagem conhecida dos eborenses como Senhor Jesus da Casa dos Ossos. Esta imagem representa de forma impressionante e vívida o sofrimento de Cristo na sua caminhada até ao calvário com a cruz às costas.
Sim, é verdade que uma capela repleta de ossos pode ser sinistra. Pode até pensar-se que é impossível que tal local exista. Mas existe, aliás existem 6! E… visitar Évora sem visitar a Capela dos Ossos não faz sentido.
É uma experiência do outro mundo, que vale a pena viver e partilhar com outros.

domingo, 8 de abril de 2018

Portugal Desconhecido no Canal História


O que têm em comum a tempura japonesa e o chá inglês? O ukelele havaiano e o calçadão de Ipanema? A que se dedicavam as marcas Edfor ou Sado? Onde se produz o vinho dos mortos e onde foi construído um hotel radioativo? A resposta a cada uma destas perguntas tem Portugal como protagonista. Portugal Desconhecido é uma produção original de História. Este documentário especial, composto por 24 histórias curiosas, mostra lugares surpreendentes da geografia portuguesa, personagens não tão conhecidas da História de Portugal e objetos, produtos e tradições originárias do país que influenciaram e, em alguns casos, conquistado ao mundo. Uma viagem histórica, rigorosa, divertida e muito particular pela História de Portugal e o seu legado para o resto do mundo....


sábado, 19 de dezembro de 2015

Testamento de D. Afonso II

O primeiro exemplar do testamento foi guardado no Cartório da Mitra de Braga, de acordo com uma prática da época em que a corte era itinerante e os reis, também por isso, depositavam os seus testamentos e outros documentos importantes em instituições eclesiásticas sólidas que asseguravam a necessária conservação e salvaguarda dos diplomas.

O testamento de D. Afonso II documenta a produção primitiva portuguesa e a tradição de escrita veiculada pela Chancelaria Régia.

Transcrição do Testamento de D. Afonso II 

Testamento de D. Afonso II. 1214-06-27. Portugal, Torre do Tombo, Mitra Arquiepiscopal de Braga, mç. 1, n.º 48 

COSTA, Avelino de Jesus - Os mais antigos documentos escritos em português: revisão de um problema histórico-linguístico. In Estudos de cronologia, diplomática, paleografia e histórico-linguísticos. Coimbra: Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra, [s.d.]. [Em linha]. [Conlt. 21 outubro 2013]. 

[1] En’o a nome de Deus. Eu rei don Afonso pela gracia de Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo, temẽte o dia de mia morte, a saude de mia alma e a proe de mia molier raina dona Orraca e de me(us) filios e de me(us) uassalos e de toido meu reino fiz mia mãda p(er) q(eu) de-

[2] pos mia morte mia molier e me(us) filios e meu reino e me(us) uassalos e todas aq(ue)las cousa q(eu) De(us) mi deu en poder sten en paz e en folgãcia. P(ri)meiram(en)te mãdo q(eu) meu filio infante don Sancho q(eu) ei da raina dona Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz. 
E ssi este for 

[3] morto sen semmel, o maior filio q(ue) ouuer da raina dona Orraca agia o reino entegram(en)te e en paz. E ssi filio barõ nõ ouuermos, a maior filia q(ue) ouuermos agia'o. E ssi no tẽpo de mia morte meu filio ou mia filia q(ue) deuier a reinar nõ ouuer reuora, segia en poder 

[4] da raina sa madre e meu reino segia en poder da raina e de me(us) uassalos atá q(uan)do agia reuora. E ssi eu for morto, rogo o apostoligo b come padre e senior e beigio a t(er)ra ante seus péés q(ue) el recebia en sa comẽda e so seu difindemẽto a raina e me(us) filios e o reino. 
E ssi eu 

[5] e a raina formos mortos, rogoli e pregoli q(ue) os me(us) filios e o reino segiã en sa comẽda. E mãdo da dezima dos morauidíís e dos di[n]eiros q(ue) mi remaserũ de parte de meu padre q(ue) sũ en Alcobaza e do outr´auer mouil q(ue) i posermos pora esta dezima q(ue) segia partido pelas manus 

[6] do arcebispo ele Bragáá e do arcebispo de Santiago e do bispo do Portu e de Lixbona e de Coĩbria e de Uiseu e de Lamego e da Idania e d'Euora e de Tui e do tesoureiro de Bragáá. E out(ro)ssi mãdo das dezimas das luctosas e das armas e dout(ra)s dezimas q(eu) eu tenio apartadas en te- 

[7] souros per meu reino, q(ue) eles as departiã c asi como uirẽ por derecto. E mando q(ue) o abade d'Alcobaza lis dê aq(ue)sta dezima q(ue) el ten ou teiuer e eles as departiã segũdo De(us) como uirẽ por derecto. E mãdo q(ue) a raina dona Orraca agia a meiadade de todas aq(ue)lias cousas mouils q(ue) eu ouuer 

[8] à mia morte, exetes aq(ue)stas dezimas q(ue) mãdo dar por mia alma e as out(ra)s q(ue) tenio en uoontade por dar por mia alma e non’as uiier a dar. Et mãdo q(ue) si a raina morrer en mia uida q(ue) de todo meu auer mouil agia ende a meiadade. Da out(ra) meiadade solten ende p(ri)meiram(en)te 

[9] todas mias devidas e do q(ue) remaser fazam en[de] t(re)s partes e as duas partes agiã me(us) filios e mias filias e departiãse ent(r’e)les igualm(en)te. Da t(er)ceira o arcebispo de Bragáá e o arcebispo de Santiago e o bispo do Portu e o de Lixbona e o de Coĩbria e o de Uiseu e o d’Eurora fazã desta

[10] guisa: q(ue) u q(ue)r q(ue) eu moira q(ue)r en meu reino q(ue)r fora de meu regno fazam aduzer meu corpo p(er) mias custas a Alcobaza. E mãdo q(ue) den a meu senior o papa ĪĪ|Ī| m(o)r(auidiis) d a Alcobaza ĪĪ| m|r. por meu añiu(er)sario, a Santa Maria de Rocamador ĪĪ| m|r. por meu añiu(er)sario 

[11] a Santiago de Galicia ĪĪ| CCC m|r. por meu añiu(er)sario, ao cabidóó da Séé da Idania mill(e) m|r. por meu añiu(er)sario, ao moesteiro de San Gurge e D m|r. por meu añiu(er)sario, ao moesteiro de San Uicẽte de Lixbona D m|r. por meu añiu(er)sario, aos caonigos de Tui mill(e) 

[12] m|r. por meu añiu(er)sario. E rogo q(ue) cada un destes añiu(er)sarios fazam sẽp(re) no dia de mia morte e fazam t(re)s comemorazones en t(re)s partes do ano e cada dia fazam cantar una missa por mia alma por sẽpre. E ssi eu en mia uida der estes añiu(er)sarios, mãdo q(ue) orem por mi co- 

[13] me por uiuo atá en mia morte e depos mia morte fazam estes añiu(er)sarios e estas comemorazones assi como suso é nomeado, assi como fazem en’ os out(ro)s logares u iá dei meus añiu(er)sarios. E mãdo q(ue) den ao maestre e aos freires d'Euora D m|r. por mia alma, ao comen- 

[14] dador e aos freires de Palmela D m|r. por mia alma. E mãdo q(ue) o q(ue) eu der daq(ue)sta mãda en mia vida q(ue) non’o busque nenguu depos mia morte. E o q(ue) remaser daq(ue)sta mia t(er)cia mãdo q(ue) segia partido igualmẽte en cinq(ue) partes das quaes una den a Alcobaza u 

[15] mando geitar meu corpo. A out(ra) ao moesteiro de Santa Cruz, a t(er)ceira aos Tẽpleiros, a q(ua)rta aos Espitaleiros, a q(ui)nta den por mia alma o arcebispo de Bragáá e o arcebispo de Santiago e os cinque bispos q(ue) suso nomeamos segũdo Deus. E den ende aos oméés d’ordin 

[16] de mia casa e aos leigos q(ue) eu nõ galardoei seu servizo assi com’eles uirem por guisado. E as out(ra)s duas partes de toda mia meiadade segiã departidas igualm(en)te ent(re) f me(us) filios e mias filias q(ue) ouuer da raina dona Orraca assi como suso é dito. E mãdo q(ue) aq(ue)ste auer 

[17] dos me(us) filios q(ue) o teniã aq(ue)stes dous arcebispos cũ aq(ue)stes cinq(ue) bispos atá q(uan)do agiã reuora. E a dia de mia morte se alguus de me(us) filios ouuerẽ reuora, agiã seu auer. E dos q(ue) reuora nõ ouuerẽmãdo q(ue) lis teniã seu auer atá q(uan)do agiã reuora. E mãdo q(ue) q(ue)n q(ue)r que 

[18] tenia meu tesouro ou me(us) tesouros a dia de mia morte q(ue) os dê a departir aq(ue)stes dous arcebispos e aq(ue)stes cinq(ue) bispos, assi como suso é nomeado. E mãdo ainda q(ue) se s'asunar todos nõ poderem ou nõ q(ui)serẽ ou descordia for ent(r’a)q(ue)stes a q(ue) eu mãdo departir aq(ue)estas dezimas 

[19] suso nomeadas, ualia aq(ui)lo q(ue) mãdarẽ os chus muitos p(er) nõbro. Out(ro)ssi mãdo daq(ue)les q(ue) mia mãda an a departir ou todas aq(ue)lias cousas q(ue) suso sũ nomeadas q(ue) si todos nõ se poderẽ assunar ou nõ q(ui)serem ou descordia for ent(r’e)les ualia aq(ui)lo q(ue) mãdarẽ os chus muitos p(er) 

[20] nõbro. Mando ainda q(ue) a raina e meu filio ou mia filia q(ue) no meu logar ouuer a reinar se à mia morte ouuer reuora e meus uassalos e o abade d’Alcobaza sen demorancia e sen (con)t(ra)dita lis den toda mia meiadade e todas as dezimas e as out(ra)s cousas suso nomeadas 

[21] e eles as departiã assi como suso é nomeado. E ssi à mia morte meu filio ou mia filia q(ue) no meu logar ouuer a reinar nõ ouuer reuora, mãdo empero q(ue) aq(ue)stes arcebispose aq(ue)stes bispos departiã todas aq(ue)stas dezimas e todas aq(ue)stas out(ra)s cousas assi como suso é no- 

[22] meado. E a raina e me(us) uassalos e o abade seu demorãcia e sen (con)t(ra)dita lis den toda mia meiadade e todas as dezimas e as out(ra)s cousas q(ue) teiuerẽ, assi como suso é dito. E ssi dar nõ li as q(ui)serem, rogo [o]s e arcebispos e os bispos com’eu en eles (con)fio q(ue) eles o demãdem pe- 

[23] lo apostoligo e p(er) si. E rogo e prego meu senior o apostoligo e beigio a t(er)ra ante seus péés q(ue) pela sa santa piadade faza aq(ue)sta mia mãda séér (con)p(ri)da e aguardada, q(ue) nenguu nõ agia poder de uinir (con)t(ra) ela. E ssi a dia de morte meu filio ou mia filia q(ue) no 

[24] meu logar ouuer a reinar nõ ouuer reuora, mãdo aq(ue)les caualeiros q(ue) os castelos téén de mi en’ as t(er)ras q(ue) de mi téém os me(us) riquos oméés q(ue) os den a esses meus riq(uo)s oméés q(ue) essas t(er)ras teiuerẽ. E os meus riquos oméés den'os a meu filio ou a mia filia q(ue) no 

[25] meu logar ouuer a reinar q(uan)do ouuer reuora, assi como os dariã a mi. E mandei fazer treze cartas cũ aq(ues)ta tal una come outra, q(ue) p(er) elas toda mia mãda segia (com)p(ri)da, das quaes ten una o arcebispo d(e) Bragaa, a out(ra) o arcebispo de Santiago, a t(er)ceira o arcebispo 

[26] de Toledo, a q(ua)rta o bispo do Portu, a q(ui)nta o de Lixbona, a sexta o de Coĩb(r)ia, a septima o d'Evora, a octaua o de Uiseu, a nouea o maestre do Tẽplo, a dezima o p(r)ior do Espital, a undezima o p(r)ior de Santa Cruz, a duodecima o abade d'Alcobaza, a t(er)cia dezima facer g guarda[r] en 

[27] mia reposte. E forũ feitas en Coinbria IIII. or dias por andar de junio, E(r)a M.ª CC.ª Lª II.ª

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O drama dos Távora

O nome Távora ainda hoje é sinónimo de drama, crime e intriga. Ao contrário dos planos do marquês de Pombal, a família não foi extinta e hoje existem centenas de Távoras em Portugal.

Estava uma manhã fria, enevoada, e em Belém, à beira-Tejo, o vento frio não afastava os mirones que queriam assistir à execução sumária da família mais poderosa do país. Eram 9.00 da manhã quando subiu ao cadafalso D. Leonor, marquesa de Távora. Era uma mulher snobe e fria de feitio irascível e com manias de superioridade. Antes de se entregar às mãos do seu carrasco, disse alto e bom som: "Deus permita que saibam todos morrer como quem são." E foi imediatamente decepada num só golpe. Seguiram-se José Maria Távora, conde de Atouguia, e Luís Bernardo de Távora, cuja mulher era amante do rei. Depois, o marquês suplicou clemência, mas mesmo assim partiram-lhe as pernas e os braços e terminaram-lhe o sofrimento com um garrote.

Às quatro da tarde, não restava um Távora vivo em Belém. Para terminar, os seus corpos foram cobertos de alcatrão e queimados. Nesse dia 13 de Janeiro de 1759, o nome Távora era tão malvisto que o chão por baixo do cadafalso onde morreram foi salgado para que ali nada nascesse, nem sequer uma erva daninha. Os seus bens foram "nacionalizados" pelo reino.

Para assegurar a extinção total dos Távoras, os mais novos, que escaparam à morte, foram encarcerados nos conventos de Chelas e Rilhafoles.

A origem dos Távoras é tão antiga como a nacionalidade. Todos os marqueses de Távora são descendentes de Afonso Henriques e alguns genealogistas asseguram que o nome descende de Ramiro II, filho do rei de Leão.

Fizeram ao longo dos séculos alianças poderosas e casamentos de interesse que lhes asseguraram um lugar permanente no topo da hierarquia social portuguesa e uma proximidade especial com os monarcas. Valeu-lhes uma política restritiva de casamentos entre alta nobreza com o objectivo de assegurar a chamada "limpeza do sangue".

"Eram gente soberba e altiva habituada a viver com aparato e ostentação. A marquesa, herdeira do título, que casara com um primo, também Távora, para manter a varonia, era uma linda mulher mas juntava à arrogância um feitio quezilento e colérico", escreveu José Norton no livro O Último Távora.

Poderosos e convencidos - a divisa que rodeava as armas da família dizia: "Para nós não existem obstáculos" -, os Távoras alimentaram ódios e invejas sem medo das repercussões dos seus actos. Os que de fora do exíguo círculo familiar a ele se juntavam por força de casamento queixavam-se da petulância do clã. D. João de Alorna, casado com uma das filhas dos marqueses de Távora, descreveu várias vezes a arrogância dos sogros. "Aqueles senhores têm o prejuízo de que basta o simples nome Távora para se fazerem formidáveis em matéria de reputação e valor", escreveu num ataque de cólera durante o ano inteiro em que esteve de relações cortadas com a marquesa.

No séc. XVIII, Portugal assistiu simultaneamente à ascendência máxima do clã mas também à sua queda mais violenta.

De regresso a Portugal, após uma temporada como vice-rei da Índia, o marquês de Távora apresentou-se no paço. O rei recebeu-o friamente sem a corte por perto para lhe dar as boas-vindas. Foi o primeiro sinal de que as coisas tinham mudado. Na altura, em Lisboa, o tema quente dos serões era a relação íntima entre o rei e a nora dos marqueses.

O marido traído, Luís Bernardo Távora, quis repudiar a mulher, mas o rei não permitiu que a sua amante favorita fosse humilhada publicamente. Começaram os insultos e as ofensas e aos poucos nasceu um ódio de morte entre o monarca e o clã. Acresceu a aversão que Sebastião José de Carvalho e Melo (marquês de Pombal) nutria pela alta nobreza, em especial pelos Távoras. O drama culminou em Setembro de 1758, quando o rei, regressado de mais uma escapadela com uma amante, levou um tiro no ombro. Os Távoras foram presos, torturados e acusados de regicídio.

Depois das execuções sumárias, os filhos de Mariana Távora e do 11.º conde de Atouguia e netos dos marqueses de Távora foram recuperados por D. João VI, em 1800. Hoje, existem centenas de Távoras em Portugal, mas o poder que exerceram ao longo de mais de 300 anos nunca mais recuperaram.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Marquês de Pombal e os Távora

Decorria o ano de 1758 e Portugal era palco de um vasto conjunto de reformas com o objectivo de sair da miséria na qual mergulhou devido à diminuição das remessas de ouro recebidas do Brasil.

Debaixo deste cenário, e face às novas políticas mercantilistas que surgiram do pensamento iluminista que ignoram a estrutura nobiliárquica privilegiando uma lógica de poder economicista, a nobreza portuguesa ficou bastante descontente com o governo do rei D. José.

Uma das grandes famílias da alta nobreza que estava contra estas mudanças era a família Távora.

Esta família era possuidora de uma enorme fortuna e da sua história constavam vários serviços prestados aos diversos reis de Portugal ao longo dos séculos.

Em Setembro de 1758, D. Francisco de Távora tinha acabado de regressar da Índia, onde tinha sido vice-rei, e assumiu-se como o porta-voz da discórdia dos nobres e da oposição política às reformas do primeiro-ministro, Sebastião José Carvalho e Melo, hoje conhecido como Marquês do Pombal.

Por isso, Sebastião José odiava a família dos Távoras.

O problema é que, com este ambiente conflituoso, tornava-se complicado para D. José visitar a sua amante, Mariana Teresa de Távora, nora dos marqueses velhos.

Mas um dos confidentes de D. José, de seu nome Pedro Teixeira, aconselhou-o a viajar na sua própria carruagem e assim poderia visitar a sua amante sem que ninguém soubesse, visto que a carruagem real dava muito nas vistas. D. José aceitou imediatamente a ideia e nessa mesma noite foi visitar Mariana de Távora.

D. Leonor Tomásia de Távora
Mas, quando D. José regressava a casa, foi vítima de um atentado que provocou graves ferimentos, tanto a si próprio como ao cocheiro.

O rei D. José não sabia que o seu amigo, Pedro Teixeira, tinha criado problemas, relacionados com mulheres, com o Duque de Aveiro. Mas, o primeiro-ministro, Sebastião José, que sabia disso, imediatamente proibiu Pedro Teixeira de contar ao rei que havia a possibilidade de o atentado ser contra ele e não contra o rei, percebendo que tinha aí a oportunidade de se livrar de uma vez dos Távoras, dos Aveiros e dos Atouguias, que constantemente lhe faziam frente.

O primeiro-ministro faz então questão de tomar as rédeas da investigação, colocando-a nas mãos de um juiz da sua confiança. Depois, ele consegue que o rei assine um decreto em que promete subir o grau de nobreza de quem der informações confiáveis de quem foi o autor do atentado. 

Após isso, surgem informações que dizem que o atentado teve a autoria dos Távoras com a ajuda dos Aveiros e dos Atouguias.

Depois disso, debaixo de tortura, Sebastião José consegue retirar da boca de duas supostas testemunhas a versão da história que ele queria ouvir, de modo que, daí até à condenação à morte tudo ocorreu num ápice.

No total foram condenadas à morte, por corte de cabeça, 18 pessoas. Aos restantes familiares e criados foi dada como pena a sua mutilação até à morte.

A mutilação envolveu a quebra de ossos das pernas e dos braços e finalmente o esmagamento do tórax. Depois os corpos seriam todos queimados.

A execução ocorreu em Belém, que na altura era apenas uma pequena aldeia piscatória nas margens do Tejo. Este foi o maior massacre ocorrido em Portugal.

O rei e principalmente o primeiro-ministro obrigaram todas as figuras da alta nobreza a estarem presentes neste massacre para que se acalmassem e não caíssem também no erro de se impor contra as suas políticas.

Segundo o que se diz, as chamas da fogueira em que todos os corpos foram queimados eram tão altas que era possível avistá-las desde os morros de Almada.

Diz-se também que o cheiro a carne queimada inundou Lisboa que se encontrava destruída pelo terramoto e pelas doenças que se abateram sobre os lisboetas.

Ainda hoje, esses acontecimentos macabros fazem parte das memórias de um povo, naquele que ficou conhecido como o Processo dos Távoras.

É caricato pensarmos que, apenas cem anos depois, Portugal tornava-se no primeiro país europeu a abolir a pena de morte.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Marquês de Pombal

Sebastião José Carvalho e Melo, filho de Manuel de Carvalho e Ataíde e Tereza Luiza de Mendonça e Mello, conhecido como Marquês de Pombal, nasceu em Lisboa no dia 13 de maio de 1699, foi um político português e verdadeiro dirigente do país, durante o reinado de José I. Estudou na universidade de Coimbra. Em 1738, foi nomeado embaixador em Londres e, cinco anos mais tarde, embaixador de Viena, cargo que ocupou até o ano de 1748.

Em 1750, o rei José I, tendo notado o grande talento do embaixador, o nomeou secretário de Estado (ministro) para assuntos exteriores. Quando um terremoto devastador assolou Lisboa, no dia 1 de Novembro de 1755, Pombal organizou as forças de auxílio e planeou a sua reconstrução. Naquele mesmo ano, foi nomeado ministro principal e, a partir de então, os seus poderes foram quase absolutos, desenvolvendo um programa político de acordo com os princípios do iluminismo. Na medida em que os poderes do futuro marquês aumentavam, crescia também o número de seus inimigos.

Foi o principal responsável pela abolição da escravidão em Portugal, reorganizou o sistema de educação, melhorou as relações com a Espanha e publicou um novo código penal. Além de fortalecer a marinha portuguesa e reorganizar o exército, também como aplicação dos princípios do mercantilismo, introduziu novos colonos nos assentamentos portugueses, fundou a Companhia das Índias Orientais e outras companhias para negociar com o Brasil. 

A agricultura, o comércio e as finanças melhoraram. Contudo, as suas reformas, todas elas emolduradas dentro do conhecido despotismo iluminista, enfrentaram uma grande oposição, especialmente dos jesuítas e da aristocracia.

Em 1758, a vida do rei sofreu um atentado, e desta forma, Pombal conseguiu implicar os jesuítas e os nobres. Alguns destes últimos foram torturados até a morte (outros foram executados depois de um breve julgamento, foi o caso da família Távora e do duque de Aveiro). O envolvimento da Companhia de Jesus na Guerra Guaranítica (Rio Grande do Sul Brasil) levou Pombal a expulsar os jesuítas de Portugal e do Brasil em 1759. Em 1770, o rei concedeu-lhe o título de marquês.

O poder do marquês de Pombal acabou quando, em 1777, o rei José I faleceu. Já no reinado de D Maria I (a Pia), foi acusado e declarado culpado de abuso de poder. Expulso da corte, o marquês foi morar na sua propriedade rural, local onde faleceu no dia 8 de maio de 1782.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Evolução da Bandeira Portuguesa

D. Afonso Henriques (1143-1185)

Segundo a tradição, durante as primeiras lutas pela Independência de Portugal, D. Afonso Henriques teria usado um escudo branco com uma cruz azul, a exemplo de seu pai, o Conde D. Henrique, cujas armas eram simbolizadas pela cruz em campo de prata.

D. Sancho I (1185-1211), 
D. Afonso II (1211-1223),
D. Sancho II (1223-1248)

Nesta época, as armas reais eram representadas por cinco escudetes de azul em campo de prata, dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao centro. Cada escudete era semeado com um número elevado e indeterminado de besantes de prata. Sobre a origem e simbolismo destes escudetes existem muitas teorias: as duas mais conhecidas, os escudetes aludem às cinco feridas recebidas por D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique ou às cinco chagas de Cristo.

D. Afonso III (1248-1279), 
D. Dinis (1279-1325),
D. Afonso IV (1325-1357),
D. Pedro (1357-1367),
D. Fernando (1367-1383)

Com D. Afonso III as armas do reino receberam uma bordadura de vermelho, semeada com um número indeterminado de castelos de ouro, escolhida em lembrança do avô, D. Afonso III de Castela. A tendência de fixação de números, frequente em heráldica, levou a uma estabilização do número de besantes dos escudetes em cinco, dispostos dois, um, dois.

D. João I (1385-1432), 
D. Duarte (1433-1438),
D. Afonso V (1438-1481)

As armas reais, durante este período, eram de prata, com cinco escudetes de azul dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao do centro. O semeado de besantes no escudo fixou-se definitivamente no número de cinco, dispostos em aspa. É desta época que se conhecem as primeiras referências designando os escudetes por «quinas». Tinha também uma bordadura de vermelho semeado de castelos de ouro e sobre ela as pontas da cruz verde floretada da Ordem de Avis.

D. João II (1481-1495)

D. João II mandou que fossem retirados das armas reais os remares de flor-de-lis e que se colocassem verticalmente as quinas laterais no escudo. A bordadura de vermelho manteve-se semeada de castelos de ouro, embora a tendência do seu número fosse de sete ou oito nas bandeiras usadas na época.

D. Manuel I (1495-1521), 
D. João III (1521-1557)

No reinado de D. Manuel I, as armas reais foram fixadas em fundo branco.

D. Sebastião (1557-1578),
D. Henrique (1578-1580),
Filipe I (1580-1598),
Filipe II (1598-1621,
Filipe III (1621-1640)

No final do reinado de D. Sebastião a coroa que figurava sobre o escudo foi substituída por uma coroa real fechada. Nas bandeiras desta época figuravam inicialmente coroas fechadas dispondo de um ou de três arcos à vista. Mais tarde passaram a ter os cinco arcos à vista, os quais se conservavam até ao fim da monarquia. O aparecimento da coroa fechada relacionava-se com o reforço de autoridade do poder real. Durante a Dinastia Filipina (que governava também a Monarquia Espanhola), o escudo português não sofreu alteração, uma vez que as armas das duas monarquias se mantiveram sempre separadas.

D. João IV (1640-1656),
D. Afonso VI (1656-1683),
D. Pedro II (1683-1706),
D. João V (1706-1750),
D. José (1750-1777),
D. Maria I (1777-1816),
D. Pedro IV (1826),
Regências (1826-1828),
D. Miguel I (1828-1834)

Na aclamação de D. João IV, a bandeira branca com o escudo nacional, encimado pela coroa real fechada com os cinco arcos em vista, constituiu o símbolo da Restauração. Embora neste período a bandeira não tenha sofrido alterações significativas, no reinado de D. João V, o escudo foi modificado com uma fantasia ao gosto da época, terminando o bordo inferior em bico de arco contracurvado e a coroa passou a conter um barrete vermelho ou púrpura.

D. João VI (1816-1826)

No reinado de D. João VI foi colocada por detrás do escudo uma esfera armilar de ouro em campo azul, simbolizando o reino do Brasil, e sobre ela figurava uma coroa real fechada. Após a morte do Rei a esfera armilar foi retirada das armas, remetendo-se o símbolo real à expressão anterior, em que algumas das versões usaram um escudo elítico, com o eixo maior na vertical.

D. Maria II (1834-1853),
Regência (1853-1855),
D. Pedro V (1855-1861),
D. Luís (1861-1889),
D. Carlos (1889-1908),
D. Manuel II (1908-1910)

O decreto da Regência em nome de D. Maria II, de 18 de outubro de 1830, determinou que a Bandeira Nacional passasse a ser bipartida verticalmente em branco e azul, ficando o azul junto da haste e as Armas Reais colocadas no centro, assentando metade sobre cada uma das cores.

Regime Republicano (desde 1910)

Após a instauração do regime republicano, a Bandeira Nacional passou a ser bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentado sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.

domingo, 13 de dezembro de 2015

O Forte da Graça, em Elvas


Património da Humanidade desde 2012,  a Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações (entre elas os fortes da Graça e de Santa Luzia) tem muitas histórias por contar. Da bisavó de Vasco da Gama ao COPCON.

Concebido pelo Conde de Lippe (Friedrich Wilhelm Ernst Von Shaumburg-Lippe), um inglês convidado por Marquês de Pombal a reorganizar o exército português, o enorme forte foi primeiramente construído para proteger a cidade dos espanhóis que, durante a Guerra da Restauração (1641-1668) ali construíram uma fortificação no âmbito do cerco das Linhas de Elvas. A zona onde o forte viria a ser construído representava, por isso, um lugar através do qual a cidade poderia facilmente ser bombardeada.

Financiada pelo imposto que Marquês de Pombal e o rei D. José I criaram - 4% sobre as mercadorias que entravam no porto de Lisboa, o mesmo que pagou a conclusão da Praça do Comércio, em Lisboa - a construção foi concluída em 1792 e inaugurada, então com o nome de Forte de Lippe, pela rainha D. Maria I.

Segundo o historiador Rui Jesuíno, em 1763 foram precisos quase "30 anos, seis mil homens, quatro mil animais e 120 mil moedas de ouro" para erguer o Forte de Nossa Senhora da Graça, em Elvas.

Em 2015, foram precisos quase 11 meses, 220 trabalhadores a tempo inteiro e 6,1 milhões de euros para o restaurar e reabilitar.

Saldanha Sanches na prisão

O forte viria depois a ser prisão política a partir da guerra civil (1828-34), atravessando o período da implantação da República e o 25 de abril. Só no Verão Quente de 1975 deixaria de assumir essas funções e passaria apenas a prisão militar. No ano anterior, Saldanha Sanches chegou a estar preso durante quatro meses no Forte da Graça, detido pelo Comando Operacional do Continente (COPCON), liderado por Otelo Saraiva de Carvalho.

sábado, 12 de dezembro de 2015

1 de Dezembro de 1640 - Gloriosa Data

Portugal entrou em banca rota, fruto da "impreparação e do xico-espertismo" de alguns portugueses que nos desgovernaram nestes últimos 40 anos, onde contaram mais os interesses partidários, dos da maçonaria, Opus Dei, da Banca, dos grandes escritórios de advogados e mesmo dos interesses individuais, como pudemos verificar nos casos mais recentes.

Um dos objectivos deste blogue é, também, dar a conhecer os portugueses que muito fizeram por Portugal. Alguns, até o seu sangue deram para conservar a independência deste "Pedaço" de Chão que se chama Portugal.

Em 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 GLORIOSOS CONJURADOS, em representação de todo um povo que estava cansado e farto de ser calcado e agrilhoado, por longos e penosos 60 anos de jugo espanhol, aproveitando a revolta da Catalunha que também se queria desquitar da Espanha (tal como hoje...) e para onde Filipe IV (Terceiro de Portugal) requeria mais armas, mais dinheiro e mais soldados portugueses para a combater, em boa hora esses valorosos conjurados chegaram à conclusão de que: "morrer por morrer, antes pela Restauração da nossa Independência".

E foi o que fizeram.

A princípio o nosso (futuro) D.João IV estava receoso porque, caso não tivéssemos o resultado que se previa era ele quem mais perdia porque, para o ter na mão, Filipe III tinha-o acumulado de riquezas e de cargos...era praticamente o dono disto tudo... Chegou a ser o Chefe dos nossos exércitos, tal era a confiança que o primo espanhol tinha nele.

Valeu-nos que nesses receios do ainda Duque de Bragança, interveio a sua mulher Dª Luísa de Gusmão, espanhola de nascimento, que se impôs e o aconselhou a aceitar a oferta, exclamando: "mais valia ser Rainha de Portugal nem que seja por uma hora, que Duquesa toda a vida."

VIVA O 1 DE DEZEMBRO DE 1640
Por Herminius Lusitano