quarta-feira, 1 de julho de 2015

Demais ou de mais?

É uma das dúvidas – e confusões – mais frequentes no português corrente.  

«Nenhuma vida é demais» ou «Nenhuma vida é de mais»?

Defendo que deverá escrever-se «Nenhuma vida é de mais». Quando se pretende exprimir a noção de quantidade, deve utilizar-se a locução adverbial de mais. No caso, pretende dizer-se que «não existe nenhuma vida a mais» («de sobra», «além do devido ou necessário»).
Demais, uma só palavra, pode ser um pronome ou um determinante demonstrativo, equivalente a «outros», «outras», «restantes». Exemplos: «Foram visitar a igreja só três excursionistas; os demais ficaram a apanhar sol no jardim.» «Toda a gente já ouviu falar de Miguel Torga, de Fernando Pessoa, de Luís de Camões e dos demais escritores referidos naquele programa de televisão.»