Concebido pelo Conde de Lippe (Friedrich Wilhelm Ernst Von
Shaumburg-Lippe), um inglês convidado por Marquês de Pombal a reorganizar o
exército português, o enorme forte foi primeiramente construído para proteger a
cidade dos espanhóis que, durante a Guerra da Restauração (1641-1668) ali
construíram uma fortificação no âmbito do cerco das Linhas de Elvas. A zona
onde o forte viria a ser construído representava, por isso, um lugar através do
qual a cidade poderia facilmente ser bombardeada.
Financiada pelo imposto que Marquês de Pombal e o rei D.
José I criaram - 4% sobre as mercadorias que entravam no porto de Lisboa, o
mesmo que pagou a conclusão da Praça do Comércio, em Lisboa - a construção foi
concluída em 1792 e inaugurada, então com o nome de Forte de Lippe, pela rainha
D. Maria I.
Segundo o historiador Rui Jesuíno, em 1763 foram precisos
quase "30 anos, seis mil homens, quatro mil animais e 120 mil moedas de
ouro" para erguer o Forte de Nossa Senhora da Graça, em Elvas.
Em 2015, foram precisos quase 11 meses, 220 trabalhadores a
tempo inteiro e 6,1 milhões de euros para o restaurar e reabilitar.
Saldanha Sanches na prisão
O forte viria depois a ser prisão política a partir da
guerra civil (1828-34), atravessando o período da implantação da República e o
25 de abril. Só no Verão Quente de 1975 deixaria de assumir essas funções e
passaria apenas a prisão militar. No ano anterior, Saldanha Sanches chegou a
estar preso durante quatro meses no Forte da Graça, detido pelo Comando
Operacional do Continente (COPCON), liderado por Otelo Saraiva de Carvalho.
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